quarta-feira, 6 de maio de 2009

REFLEXÕES 2

TECNOLOGIA E DIVERSIDADE DO PARANÁ.

TEXTOS EU E OS OUTROS...
Recortes de relatos dos participantes da oficina Diversidade e Tecnologia Educacional, ministrada pela Doutoranda em Educação e Ecologia Humana Ana América Magalhães Ávila Paz.

Texto 5: “Lembro que meu tio negociava com os índios .... e sempre falava que eram muito” espertos” e tinha que tomar cuidado com eles.”

Texto 6: “somos o resultado da miscigenação de negros, europeus e caboclos.... quando fala-se de inclusão logo se lembra de pessoas “especiais”, negros e índios....Assim funcionam muitas vezes as coisas, fala-se de uma maneira e age-se de outra, infelizmente, por isso temos muito ainda o que aprender. “

Texto 7: “Quando criança eu tinha amigos muito diferentes, meninos, meninas, brancos e negros. Neste círculo estavam presentes meninos com comportamentos e atitudes que apenas quando adulto, passei a entender que se tratava de homossexuais.”

Texto 8: “Toda a minha infância, convivi com os ônibus de bóias-frias....E o que mais me chamava atenção é que a maioria desses sujeitos eram negros e eu loira. Sempre me senti diferente o resto é que era normal. “

Texto 9: “Trabalho em uma escola fundamental que atende alunos remanescentes de quilombos e alunos de colônia Russa e do campo. Sinto a necessidade de melhor atender principalmente os alunos negros que apresentam pouco estímulo nos estudos. Tenho um especial carisma por estes alunos. Busco defendê-los de qualquer manifestação racista ou exclusão...”

Texto 10: “Vivi uma infância cercado por uma cultura da terra, que valorizava as tradições do campo e o trabalho braçal como meio para conseguir o sustento da família. Povo muito alegre que fazia festa por qualquer motivo, porem extremamente machista e sem o menor espaço para qualquer diferença de gênero sexual....entre nossa comunidade e os indígenas, dessa forma a visão que tínhamos é que eram todos bêbados e preguiçosos, devido ao fato de não plantarem e trocarem suas madeiras por bebidas. “

Texto 11: “...só agora percebo que em minha classe existia o Carlos que tinha dificuldade em aprender e era tratado diferente pelo professor e consequentemente pelos colegas, era ridicularizado e ficava de lado.”

Texto 12: “Aceitar as diferenças, não ter medo de mudar, ver o novo como um desafio que podemos nos transformar, “mudar” para melhor.”

Texto 13: “Pelo fato de ter tido uma infância pobre, lembro-me da maneira pela qual nós vivíamos com os “outros”. Havia na minha pequena cidade pessoas portadoras de deficiência, ou seja com necessidades especiais. Eram sujeitos diferentes que quando nós deparávamos com alguns deles com alguns deles, sentíamos pena (dó). Recordo ainda do Vanderlei, há o Vanderlei...ele era filho de uma índia e diziam que ele comia insetos, mas na verdade ele era muito espeto, era bom ser amigo dele, pena que ele não estudou, não se desenvolveu nesta sociedade capitalista.”

Texto 14: “minha bisavó era índia nordestina que foi pega a laço e com cachorros, depois domesticada e se tornou escrava e casou-se com um português....minha bisavó era escravo ....casou-se com outra negra, veio minha vó que casou-se com o filho de índios e portugueses...”

Texto 15: “ ...os negros eram vistos como diferentes por isso recebiam apelidos, o professor não conscientizava e nem valorizava nenhuma das diversidades existentes dentro da escola. No dia do índio o professor enfeitava um aluno com penas, pintava o rosto e saia nas salas de aula para lembrar o dia do índio.”

Texto 16: “ Penso que sobreviver era mais importante não lembro de comentários a respeito do racismo, prostituição, na verdade nunca foi conversado, nem sequer questionado.”

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